segunda-feira, 13 de maio de 2019

Contação de histórias com Rosane Freytag


A contação de histórias é um precioso auxilio pedagógico para desenvolver diferentes habilidades e competências nas séries iniciais, além de ser um incentivo a prática de leitura. Contar histórias é uma das atividades mais antigas da humanidade, muitas narrativas que desfrutamos hoje por meio de livros foram transmitidas oralmente até serem registradas, foi o que ocorreu com os contos maravilhosos e lendas, por exemplo.

A contação de histórias auxilia no processo de aquisição, desenvolvimento da linguagem e ampliação do vocabulário, além de auxiliar na atenção, memorização, reflexão e observação. A literatura infantil auxilia a criança no processo de descoberta de sua identidade, as histórias sensibilizam, divertem, aliviam as tesões emocionais, as crianças podem incorporar valores sociais e resolver conflitos individuais por meio da identificação com personagens.

Contar histórias não é o mesmo que ler. Contadores de histórias são figuras ancestrais presentes no imaginário de muitas gerações desde a antiguidade, acreditava-se que o próprio contador era detentor de saberes mágicos, as narrativas contadas ao redor da fogueira durante a noite, somada a voz e a dramatização do contador criavam esse clima de magia que nos envolve até os dias de hoje. Atualmente a imagem do contador de histórias ressurge com muita expressividade, tornando-se inclusive uma atividade profissional, isso porque compreende-se que essa prática é uma excelente ferramenta pedagógica, porém não é apenas a área da educação que tem se beneficiado da contação de histórias, na área da saúde, por exemplo, o ato de contar histórias surge como complemento de vários tratamentos físicos e psicológicos.

A turma do 3 ano B teve o privilégio de ouvir a contadora de histórias Rosane Freytag. Formada em letras e pedagogia, doutora em história da literatura e literatura comparada, Rosane é professora aposentada da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), seu trabalho como contadora de histórias vem de longa data, inclusive realizou por meio de projetos institucionais várias ações que visavam promover a literatura.

A hora do conto

Rosane, assim como os narradores medievais, os pajés, griôs e outras figuras que permeiam o imaginário dos povos durante séculos aparece com um ar de mistério, com o chapéu de três pontas usado por muitos contadores de histórias e um instrumento de sopro muito parecido com um Mimé - instrumento de sopro, aerofone, apito de taquara, também conhecido como "Maués" por povos indígenas do Brasil - deixou as crianças encantadas.

Primeiro,ouve-se o som do instrumento que anuncia o começo da história, todas as crianças observam atentas. A primeira história é Maria vai com as outras de Sylvia Orthof, com poucos recursos a contadora utiliza apenas da linguagem corporal e da voz,as crianças não deixavam passar nenhum movimento. Logo em seguida, a história Menina bontita do laço de fita de Ana Maria Machado, conhecida pelos alunos por ser um dos livros do projeto literário, a interação tornou a história ainda mais encantadora, quando a contadora repetia a pergunta do coelho, sem que fosse solicitado a turma falava em coro “menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?”.


Certamente a experiência foi muito enriquecedora para todos nós. Muito obrigada professora Rosane! 
 


"Para contar uma história – seja qual for – é bom saber como se faz. Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes... Se capta o ritmo, a cadência do conto, fluindo como uma canção...  Ou se brinca com a melodia dos versos, com o acerto das rimas, com o jogo das palavras... Contar histórias é uma arte... E tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido, e por isso não é nem remotamente declaração ou teatro... Ela é o uso simples e harmônico da voz." (ABRAMOVICH, 1989, p.18)

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